Projeto Aruanã tem quase a totalidade dos cargos de liderança ocupados por
mulheres
O Dia Internacional das Mulheres na Ciência foi criado em 11 de fevereiro de 2011 pela Organização das Nações Unidas (ONU) e tem por objetivo celebrar e destacar a importância das mulheres na área da ciência e tecnologia, e promover a igualdade de gênero na área. Neste sentido, o Projeto Aruanã, que atualmente conta com a parceria da Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental, nasceu a partir da iniciativa de mulheres há mais de dez anos e hoje tem os cargos de coordenação quase que totalmente ocupados por mulheres.
Uma das fundadoras e coordenadora geral do projeto, Suzana Guimarães lembra:
Corroborando esta visão, a coordenadora de pesquisas, Estéfane Cardinot Reis, lembra que durante a graduação e pós-graduação, integrou grupos de pesquisa majoritariamente femininos, liderados inclusive por mulheres, mas na atuação profissional como bióloga, teve duas experiências em que a equipe era predominantemente composta por homens.
Estéfane aborda ainda outro aspecto que é a sobrecarga de tarefas, principalmente das pesquisadoras casadas e/ou mães. “Um intervalo de menor produção científica imposto pela maternidade pode implicar em perda de competitividade em processos seletivos e, para o mercado de trabalho (mesmo vinculado à pesquisa), ainda é comum a mentalidade de desvantagem na contratação de mulheres pela possibilidade de uma gestação”, explica. Atualmente na coordenação de campo, Larissa Araújo encontrou no Projeto Aruanã a acolhida que precisava quando justamente vivia dividida entre a maternidade e a pesquisa científica
“Abriram caminho em um ambiente dominado por homens e pude perceber a relação de confiança e respeito entre equipe e pescadores, que já havia sido conquistada. Com esses 10 anos de atuação ali em Itaipu, temos uma representatividade bem importante. A própria comunidade, quando cita a equipe, menciona ‘as meninas do Aruanã, as meninas das tartarugas’, isso é reflexo do papel que temos como pesquisadoras ali”. E o grupo das “meninas das tartarugas” é completado ainda pela coordenadora de mobilização social, Beatriz Gomes, que lidera a equipe de voluntários nas atividades de educação ambiental, que, diga-se de passagem, também é formada majoritariamente por mulheres.
Mulheres e ciência
As mulheres têm desempenhado um papel importante na ciência ao longo da história, mas ainda enfrentam barreiras sistêmicas que as impedem de alcançar posições de liderança e igualdade de oportunidades na área. No entanto, como mostra o Projeto Aruanã, há esforços sendo feitos para mudar essa realidade. Neste sentido, o Dia Internacional das Mulheres na Ciência busca chamar a atenção da
sociedade para garantir que as mulheres tenham as mesmas oportunidades de sucesso e realização profissional que os homens na ciência, e que seu trabalho seja amplamente reconhecido e valorizado. Alcançar essa igualdade de gênero na ciência é importante não só para as mulheres, mas também para a sociedade como um todo, já que a diversidade de perspectivas e de ideias também são fundamentais
para o progresso científico e tecnológico. Ao dar a mulheres a oportunidade de liderar e participar de projetos científicos, seu conhecimento e perspectivas também são valorizados e incluídos nas decisões e no trabalho científico e isso também inspira mulheres jovens a seguir carreira na ciência.
Sobre o Projeto Aruanã O Projeto Aruanã é um projeto dedicado à conservação das tartarugas marinhas da Baía de Guanabara e regiões costeiras adjacentes. Por meio da realização de pesquisas científicas e ações de sensibilização social, promove a participação da sociedade civil na proteção dos ambientes marinhos costeiros.
Desde sua origem, busca atuar de forma colaborativa, em parceria com pescadores e diversas instituições para a promoção de ações decisivas no fomento de políticas públicas e, a partir de 2022, passou a contar também com a parceria da Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental.