Nos oito dias de atividades, 31 tartarugas marinhas foram capturadas, sendo 13 delas novas na região
Durante o mês de maio, mais uma temporada de capturas intencionais de tartarugas marinhas foi realizada pelo Projeto Aruanã, na praia de Itaipu, em Niterói/RJ. A atividade, feita em parceria com pescadores da Reserva Extrativista Marinha de Itaipu, consiste na utilização de uma técnica de pesca de arrasto de praia para a captura das tartarugas e seu posterior monitoramento, com a marcação, medição, pesagem e imagens para fotoidentificação. Além disso, também é feita uma avaliação quanto à condição de saúde e a coleta de tecido e amostras da carapaça para pesquisas científicas do projeto, que conta com a parceria da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental.
Nesta temporada, de maio de 2023, foram realizados oito dias de atividades, nos quais foram capturadas 31 tartarugas marinhas da espécie Chelonia mydas (tartaruga-verde). Destas, 13 são tartarugas novas na região e foram marcadas pela primeira vez nesta temporada. Outros 18 indivíduos foram identificados como recapturas de temporadas anteriores. Cinco destes apresentavam sinais de perda de marcas, por isso, foi necessária a busca no banco de fotos para serem identificados. O maior indivíduo registrado tinha 79,9 cm de comprimento curvilíneo de carapaça (CCC) e 75 kg de peso e é uma tartaruga conhecida pelo projeto, já que sua primeira captura foi em outubro de 2019, quando tinha 51,7 cm de CCC e 15 kg. O menor indivíduo capturado, novo na região, tem 36 cm de CCC e 5,7 kg.
Onze tartarugas apresentaram tumores cutâneos externos característicos da doença Fibropapilomatose (FP), sendo uma delas encaminhada ao Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), devido ao tamanho dos tumores em suas nadadeiras anteriores, que podiam estar atrapalhando a natação do animal. A primeira vez que esse indivíduo foi capturado pelo projeto, em 21 de outubro de 2021, ele não apresentava tumores de FP. Em sua terceira recaptura, nas temporadas de abril e de outubro de 2022, já foram registrados os tumores. Entre o registro de outubro de 2022 e o último, no dia 08 de maio de 2023, esses tumores apresentaram um elevado crescimento (foto anexa). Uma outra também foi encaminhada ao PMP-BS para reabilitação, pois apresentava uma linha de nylon presa à sua boca e parte dela presa à nadadeira dianteira, que já apresentava sinais de estrangulamento. Se este animal não tivesse sido capturado pelo projeto Aruanã seu destino teria sido a perda da nadadeira.